Principal avaliação crítica
3,0 de 5 estrelasCurto, superficial e previsível, porém um prato cheio pra quem gostou de "Perdido em Marte"
Avaliado no Brasil em 2 de janeiro de 2020
"Artemis" é obra do mesmo autor de "Perdido em Marte", mas, infelizmente, não compartilha da mesma qualidade ou profundidade.
A premissa é muito boa e é impossível desgrudar do livro ao longo da primeira metade. O título narra as desventuras de uma contrabandista tentando desbancar uma conspiração que ameaça a paz da base lunar de "Artemis". Como esperado, o autor contextualiza a ambientação e os acontecimentos através da exposição detalhada de conceitos técnico-científicos, fazendo jus a classificação "hard sci-fi" da obra.
A partir da segunda metade, a narrativa sofre com eventos previsíveis e com o pouco carisma da personagem principal, cujo comportamento rebelde e os comentários sarcásticos tentam gerar alívios cômicos frequentemente desnecessários. Os coadjuvantes também sofrem com abordagens superficiais e estereótipos étnicos, numa tentativa esquisita do autor em pluralizar o enredo. Estes problemas desgastam uma narrativa outrora promissora, que encerra com uma conclusão fraca e pouco inspirada.
"Artemis" é curto, superficial e previsível, mas é capaz de satisfazer muito bem quem gostou de "Perdido em Marte".