Palavra cada vez mais ressoada, escrita, dita e debatida, a empatia está em manchetes, estampas, stories, posts, tweets, capas e afins, mas não necessariamente encontra correspondência em ações do dia a dia. A abundância de citações contrasta com a escassez de gestos confirmadores. Seria isso só uma sensação? Fato é que ela é um potente agregador, um instrumento de sensibilidade e delicadeza, cujo efeito contagia relações de todos os tipos, em casa e no trabalho. O livro “Empatia”, que faz parte da Coleção Inteligência Emocional da Harvard Business Review, apresenta uma múltipla troca de ideias em torno do tema a partir de dez artigos que mostram sua importância nos negócios e apontam os limites de seu alcance. Como em outros títulos do selo, o recorte no mundo organizacional não impede o leitor de traçar paralelos para além de sua vida profissional, o que é sempre bem-vindo.
Três tipos de empatia
No texto de abertura, Daniel Goleman explica que a empatia pode ser compreendida em três perspectivas: empatia cognitiva (a habilidade de entender o ponto de vista de outra pessoa), empatia emocional (a habilidade de sentir o que outra pessoa sente) e o interesse empático (a habilidade de perceber o que outra pessoa quer de você). Nos três casos, a nossa relação com o outro é testada. Um dos desafios derivados da empatia é saber administrar nosso sofrimento sem ignorar a dor do outro. Para o autor, embora seja um sentimento nobre, o controle da empatia permite tomar decisões sem ser ameaçado pela enxurrada emocional vinda de outra pessoa. Ainda assim, há uma ressalva: “Aqueles que se protegem anestesiando seus sentimentos correm o risco de perder o contato com a empatia”. Qual é esse equilíbrio? É uma boa questão para se pensar.