Principal avaliação positiva
5,0 de 5 estrelasExcelente
22 de dezembro de 2016
A Estrela que Nunca vai se Apagar é uma biografia, mas diferente de todas as outras biografias que existem. Nela acompanhamos, em ordem cronológica, a vida de Esther Earl, desde sua infância, passando pela descoberta do câncer e dos tratamentos aos quais ela se submeteu, até sua morte, em 2010. O que torna essa biografia mais interessante é que ela é composta por relatos dos familiares, amigos e até mesmo médicos de Esther, incluindo, claro, ela mesma.
Excertos dos diários de Esther, desenhos que ela fez, textos que ela e seus pais postavam na internet, trechos de chats entre ela e os amigos – é isso que encontramos neste livro e é o que o torna um pouco mais leve. Imagino que uma biografia normal sobre uma adolescente com um câncer superagressivo seria muito mais pesada. Com isso não quero dizer que não nos sentimos tocados pela história de Esther, mas, ao passear por sua vida, percebemos que há um certo tom de leveza, dado por ela mesma. Esther foi diagnosticada com 12 anos e faleceu aos 16, mas a forma com que ela lidou com sua situação foi incrivelmente madura. Tanto é que é raro ler reclamações dela sobre sua vida – sua preocupação maior era mudar o mundo de alguma forma, fazer diferença na vida das pessoas. E isso, com certeza, ela conseguiu.
Esther tinha a saúde debilitada por causa da doença e dos tratamentos, então ela passava a maior parte do tempo na internet, e foi lá que ela fez centenas de amigos e conheceu John Green, que se tornou, posteriormente, seu amigo pessoal. Juntos, eles conseguiram ajudar a instituição de caridade Harry Potter Alliance a arrecadar 250 mil dólares em um concurso em 2010. Fora isso, Esther tocou a vida de muitos nerdfighters, que criaram o Dia da Esther (3 de agosto), dedicado à celebração do amor em suas mais variadas formas.
Esther pode muitas vezes ser colocada em um pedestal, mas o que vemos no livro é seu lado mais humano – em seu diário ela expressava não apenas seus pensamentos e sentimentos a respeito de sua doença, mas também sobre assuntos tipicamente adolescentes, como a amizade com o pessoal que conheceu na internet, as brincadeiras que fazia com os irmãos e até mesmo o fato de nunca ter beijado um garoto. Isso faz com que a gente se aproxime de Esther e sua família de uma forma muito tocante, e é impossível não se emocionar com tudo que é contado.
- Sobre a edição
A edição brasileira segue a americana e é uma graça! Não imaginava que ela era assim até vê-la pela primeira vez: as folhas são coloridas e trazem muitas fotos e páginas com textos e desenhos de Esther.
(imagens no site)
Quanto à tradução não posso opinar, pois não tenho o original para fazer a comparação. Mesmo assim, durante alguns momentos senti o texto um pouco “duro” e truncado, talvez devido a problemas de tradução. Encontrei uma expressão, “meu fave”, e fiquei sem entender porque ela ficou assim em português – “fave” é abreviação de “favorite”, ou seja, favorito, preferido. Por que não traduzir como “meu favorito”? Encontrei também alguns erros de revisão, principalmente de acentuação.