Principal avaliação crítica
1,0 de 5 estrelasDecepcionante
16 de abril de 2018
As minhas expectativas para o "ROMANCE VENCEDOR DA SEGUNDA EDIÇÃO DO PRÊMIO KINDLE DE LITERATURA" eram altas. Eu não teria lido até o final se não fosse por isso, queria acreditar que iria encontrar algo que fizesse o livro ter ganho um prêmio, mas infelizmente não foi o que aconteceu. O memorial do desterro é um livro muito estranho, entediante e repetitivo. Os personagens não parecem humanos. O enredo não leva a lugar algum.
Não acho que seja possível explicar tudo o que penso sobre a obra sem citar trechos dela, que podem conter spoilers:
"Não moro neste prédio. Venho aqui apenas três vezes por semana para ter encontros lascivos", uma personagem disse ao nosso protagonista, que alguns parágrafos depois chega a uma brilhante conclusão: "Deduzi que ela deveria usar o apartamento apenas para seus propósitos lascivos".
No capítulo 9 temos essa pérola: "Eu não me chamo Moisés, mas, se tivesse de abrir o Atlântico Sul para resgatar a memória do falecido irlandês, eu abriria". As poesias que o protagonista, grande escritor, declama e fazem outros personagens se emocionar e aplaudir também são péssimas. Selecionei alguns dos piores trechos:
"Durante muito tempo fui eu
mesmo, sem Maria Alice,
Querendo ser eu mesmo, com
Maria Alice."
"Eu estava sob a guarda do meu
guarda-chuva."
Pelo menos a poesia é uma das poucas partes agradáveis do livro, já que se trata de humor involuntário. Não posso dizer o mesmo das dezenas de ocasiões em que o narrador repete explicitamente o enredo do livro, às vezes em parágrafos subsequentes.
Não recomendo O memorial do desterro. É um livro que tenta parecer profundo e interessante, sem qualquer sucesso.