Principal avaliação positiva
5,0 de 5 estrelasEpopeia factual, síntese da experiência humana.
28 de dezembro de 2018
Com uma linguagem simples e objetiva, a leitura flui e é agradável. Amo ficção, mas as histórias reais têm seu lugar. Experimentar livros assim nos permite adquirir muito conhecimento. Por essas e outras tento ser o mais eclético possível.
O fato de Tara ter sido criada em um lar mórmon deixou-me ainda mais envolvido pela leitura. Nada tinha lido até então sobre esse tema. Ela pincela a respeito da história do mormonismo, seus costumes e o impacto dessa religião em sua vida.
Identifiquei-me bastante com essa parte da história. Os pais ultrarreligiosos obrigam seus filhos a participarem dos ritos em que acreditam, às vezes, criam subterfúgios para mantê-los presos à religião. No entanto, assim que os filhos tornam-se independentes, caso não compartilhem da mesma crença que os pais – às vezes nunca compartilharam, apenas demoram a rebelarem-se -, têm dificuldades em lhe dar com a liberdade ante um mundo nunca explorado.
Forçar alguém a fazer o que não quer, nunca é o melhor caminho.
Tara foi criada em um ambiente extremamente machista, religioso, conturbado e, até certa idade, deixou-se influenciar a ponto de enxergar o mundo sob a ótica dos outros, especialmente a dos pais.
Essa epopeia factual é a síntese da experiência humana. Alcançamos nosso melhor, na maioria das vezes, quando somos desafiados. As adversidades e limitações, bem canalizadas, são combustíveis que nos levam ao amadurecimento pessoal.
Mesmo debaixo de uma criação austera e relações conturbadas com alguns dos irmãos, Tara não abateu-se, tampouco se fez de coitadinha, arregaçou as mangas e realizou seus sonhos. Um exemplo para todos nós.
Não gostei apenas do título. Acredito que o mercado já está saturado de títulos com as palavras menina, garota e mulher. O livro merece um título relacionado à educação ou superação.
Nota máxima.