Principal avaliação positiva
5,0 de 5 estrelasNenhum homem é uma ilha
Avaliado no Brasil em 22 de julho de 2020
Ernest Hemingway se notabilizou por dizer muito com poucas palavras. Nunca as desperdiça e nunca abusa delas.
Em "Por Quem os Sinos Dobram" ele traz uma história fascinante que se desenrola em apenas três dias, onde um americano que luta ao lado da causa republicana na Guerra Civil Espanhola se junta a outros guerrilheiros em uma arriscada missão de destruir uma ponte.
Existe, claro, toda aquele enredo viril tão conhecido do autor, o qual é descrito com uma riqueza de detalhes sem igual. Mais assombrosa ainda é a descrição que ele dá do espírito humano em um período de tanta violência, contando histórias chocantes dos atos de terror propagados tanto pelos fascistas quanto pelos republicanos (especialmente na figura nada confiável de Pablo).
Mas é muito mais um aprofundamento no que há de melhor nos seres humanos do que um estudo dos horrores da guerra. É o encontro de homens e mulheres com sua própria humanidade quando todos já se consideravam separados dela. De quando o homem mais precisa se desconectar e, então, redescobre a beleza da vida nos outros e, finalmente, em si mesmo.
Simplesmente perfeito. Uma obra-prima de um gênio em seu auge.