Principal avaliação positiva
4,0 de 5 estrelasResenha Completa no Blog Every Little Book
Avaliado no Brasil em 30 de outubro de 2018
Está aí um livro que eu queria MUITO ler! Desde quando a editora divulgou o lançamento, a história me atraiu. Uma fantasia com dragões? Tinha tudo para ser excelente, e foi mesmo.
A história de Asha começa um tanto quanto enigmática, a autora revela pouco no início e vai alternando o presente com contos sobre o passado. Esses contos fazem com que os questionamentos de Asha façam sentido e adicionam ainda mais adrenalina à história.
Asha é arrogante e muito sombria. Sabe muito bem papel que ocupa no reino de seu pai e não se orgulha disso nem um pouco. Seu objetivo é apenas matar e matar dragões para manter sua posição. É a única coisa que sabe fazer e é muito muito boa nisso. As coisas começam a sair de seu controle quando conta cada vez mais histórias. Os dragões estão mais resistentes, mais poderosos, mas ela segue desafiando o destino.
Essa é aquela personagem que evolui a cada página. As circunstâncias fazem-na mudar muitas vezes seu modo de pensar, ainda mais quando começa a descobrir que a maioria do que acreditava é uma grande mentira. E é aí que vemos a verdadeira Asha, com sangue nos olhos, aquela que lutará pelo que é certo, mesmo que vá contra todos os seus princípios.
E aquele que desperta esse desafio dentro dela é Torwin. Um mero escravo, dono de um olhar hipnotizante e péssimas maneiras. O jeito que ele a desafia é aterrador. Como ousa, né? Um mero skral dizendo o que a princesa tem que fazer… Nada bom sairia disso. Mas Asha nunca foi de escapar de um desafio.
Torwin é aquele personagem que apaixona desde o início. Corajoso, irreverente, sonhador e muito, muito louco, rs. O romance que surge entre ele e Asha é tocante e apaixonante. Um desenvolvimento sutil que certamente torna o livro mais emocionante.
Dax é o personagem que me trouxe dúvidas desde o início. Seu comportamento duvidoso coloca várias pulgas atrás da orelha, o que me deixava o tempo todo com desconfiança.
Jarek é odioso. Um homem vil e cruel, que usa de toda sua influência para abusar do poder e tomar tudo que quer. É o maior pesadelo de Asha, ela tenta encontrar todas as possibilidades para fugir desse casamento. Jamais deixaria esse homem encostar um dedo nela.
Há vários personagens interessantes que contribuem para a trajetória de Asha. A prima dela, Safire, é uma das mais importantes. Uma skral com um tipo de status, mas sem os benefícios de um draksor. Uma pessoa que se revelará muito mais importante do que parece…
O desenvolvimento da história é perfeito, com momentos de ação na hora certa. Já estou bastante acostumada a ler esse gênero, então não me incomoda a autora ir revelando os fatos aos poucos, desde que não deixe muitas coisas em aberto. Muitas respostas já foram dadas nesse primeiro livro, o que ajudou bastante a consolidar o enredo e deixar uma curiosidade saudável pelo próximo.
A fantasia tem elementos já conhecidos de contos de fadas, utilizados de uma forma diferente de tudo que li. Adorei a forma de como contar histórias gera poder e me apaixonei pelos dragões <3. Óbvio que ainda tem muita coisa pela frente, com certeza essa premissa fantástica ainda vai surpreender.
Além disso, há discussões muito pertinentes sobre temas importantes, como a escravidão e o autoritarismo. A construção de poder do reino vem de muito tempo, de guerras passadas, mas com consequências que perduram e que colocará a paz em risco novamente. Se há muita injustiça, é sinal de que há muito pelo que lutar, e uma reunião no mínimo inusitada de certas pessoas fará com que o futuro de Firgaard comece a ser reescrito.
É um livro para todos os gostos, capaz de prender a sua atenção do início ao fim. Tem uma narrativa instigante que torna quase impossível fazer muitas pausas na leitura, você simplesmente precisa saber o que acontecerá e se vê envolvido de uma certa forma que não vê o tempo passar. É um início sensacional para uma trilogia que promete arrebatar muitos leitores pelo mundo.
''Algumas histórias são perigosas demais para ser contadas."