Principal avaliação crítica
3,0 de 5 estrelasNão precisava se prolongar tanto
Avaliado no Brasil em 8 de outubro de 2020
Mesmo estando habituado ao jeitinho prolixo de ser do Stephen King, nesse livro, senti que ele acabou passando do ponto. A construção do personagem é bastante extensa e, por vezes, cansativa. Mais da metade do livro é focada na vida do protagonista, sobre como ele supera os seus sentimentos de raiva, melancolia, pensamentos suicidas, e, aos poucos, vai mudando o tom da própria narrativa e redescobrindo o gosto pela vida através da arte. Existe um excesso de relatos (às vezes, um pouco desconexos) no desenvolvimento das relações do protagonista com os outros personagens, e, por ser um livro escrito em primeira pessoa, estamos o tempo todo dentro da cabeça do narrador. Me deu uma canseira danada. Os mistérios presentes em Duma Key (que é mais um daqueles lugares que o King consegue transformar em um personagem importante dentro da trama) se desenrolam bem lentamente, e a força sobrenatural que habita no lugar vai se manifestando de maneira bem sutil. É somente nos momentos finais que o livro ganha fôlego e envereda para o lado do terror. Apesar do desfecho ser belo e satisfatório, o livro acabou perdendo pontos comigo no desenvolvimento. Eu cortaria no mínimo umas 200 páginas pra dar uma aliviada.