Avaliado no Brasil em 29 de janeiro de 2019
“Poucos livros merecem ser chamados de fenômeno editorial, mas A Dança da Morte sem dúvida é um deles. Aclamado pela crítica e pelo público, o romance é considerado uma das melhores obras de Stephen King.
Após um erro de computador no Departamento de Defesa, um milhão de contatos casuais formam uma cadeia de morte: é assim que o mundo acaba. O que surge é um árido lugar, privado de suas instituições e esvaziado de 99% de sua população. Um lugar onde sobreviventes em pânico escolhem seus lados – ou são escolhidos por eles. Onde os bons se apoiam nos ombros frágeis de Mãe Abagail, com seus 108 anos de idade, e os piores pesadelos do mal estão incorporados em um indivíduo de poderes indizíveis: Randall Flagg, o homem escuro.”
Essa é a sinopse de A Dança da Morte, ela por si só já chama atenção do leitor e aguça a curiosidade para ler. É um livro completo, para todos os gostos literários, pois existe suspense, romance, drama, ficção, ação e humor.
O livro é dividido em três partes: A primeira parte começa exatamente como diz a sinopse, com um erro de computador no Departamento de Defesa que faz com que um vírus mortal seja espalhado pela América. Nessa primeira etapa do livro, King demonstra de forma espetacular como um simples aperto de mão pode custar a vida de uma pessoa e como nós estamos tão mal preparados para lidar com um desastre de tamanha proporção. Além disso ele vem nos apresentar os personagens, que são tão fáceis de se identificar que você acaba sentindo junto com eles todas as suas emoções, angústias e etc. Isso é uma característica típica de King, a criação de personagens muito bem construídos e bem humanos, pessoas simples, que acabam se envolvendo em algo de forma involuntária.
Talvez essa parte do livro venha a ser considerada como monótona por alguns, devido ao fato de passar explicando cada passo do desastre, começando de onde o vírus escapou, passando para como a infecção foi se alastrando, para logo depois como o país passou a ver aquilo, as atitudes do governo em relação à população e a da população em relação a quantidade enorme de doentes se alastrando no país; a falta de energia, de leis e ordem, onde passa ser cada um por si só e, o pior de tudo, a incerteza de não saber se iria ficar doente e morrer ou não. Cada personagem acaba lidando com as consequências de uma forma diferente, a perda de familiares, amigos, a falta de comida, o que fazer, e a busca por um propósito. Mas é esse tipo de coisa que torna a primeira parte do livro tão interessante ao meu ver, e com capítulos pequenos, que passam rápido que quando você vai ver já se foram umas 100 páginas.
Na segunda parte do livro os personagens acabam divididos, entre o bem x mal, em que cada lado passa a ter sonhos com dois personagens misteriosos, o primeiro sendo a Mãe Abagail, uma velhinha, muito simpática, que apesar de já estar com seus 108 anos ainda consegue fazer seus próprios biscoitos, Mãe Abagail representa o lado do bem, passando tranquilidade e paz para seus seguidores, e os convocando através de sonhos para a grande luta contra o mal. Mal esse que é representado por Randall Flagg, o homem, escuro, o homem de preto, o de muitos nomes. Um homem sinistro, cheio de habilidades indizíveis e, de outro mundo, que mete medo e que atrai seus seguidores com promessas de um mundo melhor.
Essa é a primeira aparição de Flagg em um livro de King, vindo a se tornar o principal vilão da série A Torre Negra (que inclusive o mundo de A Dança da Morte aparece na obra no quarto volume como uma realidade paralela) e aparecendo também em outro livro de King.
Podemos notar então como os personagens passam a lidar com esses sonhos, com a interação com outras pessoas que vão encontrando no caminho, se devem confiar ou não umas nas outras, nos sonhos, ou se eles são algum tipo de alucinação. Nessa etapa da história a pessoa já está ligada aos personagens de uma forma incrível, provocando uma curiosidade para saber que lado cada um vai seguir e as atitudes que vão tomar, sem contar nos conflitos que vão surgindo entre eles próprios.
E finalmente vem a terceira parte do livro, que foca na batalha final entre os dois lados. Onde cada lado se prepara para o que pode acontecer. É sem dúvida a parte mais emocionante do livro, com muitos conflitos, ação, mortes e você se pega com uma ansiedade incrível para ler tudo e saber o que vai acontecer no final. Um final que por sinal é tudo, menos o que você espera que seja, é uma mistura de sentimentos que ao terminar o livro você não sabe definir aquilo e fica remoendo-o na sua mente por um bom tempo.
Por fim digo que A Dança da morte é um livro incrível, que te deixa curioso no início, te prende no meio e te mata de ansiedade no final. Com personagens incríveis (Nick Andros e Tom Cullen, melhores personagens na minha humilde opinião, impossível não amá-los). Uma história envolvente e emocionante, e que suas 1247 páginas só intimidam antes de ler, pois, ao começar, passam tão rápido que você nem vê. Com certeza é um épico, e um dos melhores livros que você pode ler na vida.
Curiosidades:
- O livro é baseado na obra A Terra Permanece, de George R. Stewart e inspirada também em O Senhor dos Anéis de Tolkien
- A Marvel adaptou a obra para quadrinhos também
- Existe uma adaptação para a tv, com o mesmo nome (The Stand no original)
- O vírus do livro teve sua primeira aparição no conto Ondas Noturnas do livro de contos Sombras da Noite
- Randall Flagg aparece em outras obras, principalmente em A Torre Negra
- A planos para uma adaptação para o cinema.