Principal avaliação crítica
3,0 de 5 estrelasUm auto-biografia
31 de dezembro de 2014
Marcelo Yuka expõe os bastidores de uma referência para a música pop dos anos 1990.
Sem o acidente que o deixou paraplégico, os obstáculos seriam episódios temporários e menos marcantes.
E ele talvez ainda estivesse nas ondas de sucesso...
com o ocorrido, as desventuras políticas no Rio de Janeiro, a natureza humana perversa dos que o cercaram, as lembranças dos pais já idosos, e de amigos que já se foram, a biografia fica inevitavelmente nostálgica, pois
"Quando você olha para o abismo, o abismo também olha pra você".
É bom, pois seria excelente, caso a vida fosse um conto de fadas ou um mar de rosas:
Quem não se interessar intensamente pela figura do Lomba, não irá gostar do livro. Ou sequer conseguir ler.
Minha opinião pessoal sobre a saída de O Rappa é que Yuka, como compositor das letras, ganhava no mínimo 60% dos Direitos Autorais só para ele (50% vai só para a letra e 10% dividido entre os músicos para a harmonia).
Outra coisa que concordo com a banda é o fato de os Movimentos Sociais que Yuka apoiava, estava se tornando maior que a banda. Não é à toa que após o acidente, Yuka se tornou Ativista Social, deixando a música em 2° plano - guardando as devidas proporções com relação às limitações físicas e o impacto psicológico da expulsão da banda.
Contextos à parte, se trata de um gênio. Ser gênio dá trabalho. Gênios ralam. E não são infalíveis. Marcelo Yuka deixa como legado poemas, pensamentos, idéias políticas (como quando foi candidato a vice-prefeito do Rio de Janeiro). As reflexões como letrista e a proposta acertiva que O Rappa propôs ao nacional.