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4,7 de 5 estrelas
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Olhos d'água
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Principal avaliação positiva
Uma obra dolorosamente realista
9 de maio de 2018
Olhos D'Água é uma pequena coleção de contos, mas deve ser apreciado aos poucos. Cada conto é um choque de realidade. Conceição Evaristo dá vida para histórias que facilmente virariam notícias. As vidas negras e pobres perdidas tragicamente que não rendem mais do que uma nota no jornal são o foco desse livro. Se no jornal essas pessoas não passam de nomes, idades e profissões, Evaristo permite que conheçamos intimamente cada uma das protagonistas, suas personalidades e sofrimentos, cada uma dessas vidas perdidas.
26 pessoas acharam isso útil
Principal avaliação crítica
Com altos e bn aixos
27 de outubro de 2018
A autora pretendeu, talvez, mergulhar fundo nas dores indizíveis das pessoas que vivem à margem da sociedade, para trazer a público uma realidade dura, crua e difícil de tragar. Fez bem. Ente balas que se cruzam, fome que retorce, drogas que estupidificam, violência que apavora, constrói contos que merecem atenção, pela sensibilidade e pela maneira como são narrados. Aqui e ali é possível colher jóias como: "A mãe, então, espichava o braço, que ia até o céu, colhia aquela nuvem, repartia em pedacinhos e enfiava rápido na boca de cada um de nós.Tudo tinha de ser muito rápido, antes que a nuvem derretesse e com ela os nossos sonhos se esvaecessem também."
Problema é que não consegue manter o nível, contando suas histórias entre altos e baixos. Algumas vezes com frases desconexas, outras com junções de palavras que acabam tirando a atenção do leitor.
Síntese, recomendo a leitura principalmente porque o livro traz à luz uma realidade pouco conhecida. Nesse aspecto as histórias chegam a ser instigantes. No entanto, para quem procura pureza de estilo, norma culta etc, o caminho certamente não é este livro.
Problema é que não consegue manter o nível, contando suas histórias entre altos e baixos. Algumas vezes com frases desconexas, outras com junções de palavras que acabam tirando a atenção do leitor.
Síntese, recomendo a leitura principalmente porque o livro traz à luz uma realidade pouco conhecida. Nesse aspecto as histórias chegam a ser instigantes. No entanto, para quem procura pureza de estilo, norma culta etc, o caminho certamente não é este livro.
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9 de maio de 2018
Olhos D'Água é uma pequena coleção de contos, mas deve ser apreciado aos poucos. Cada conto é um choque de realidade. Conceição Evaristo dá vida para histórias que facilmente virariam notícias. As vidas negras e pobres perdidas tragicamente que não rendem mais do que uma nota no jornal são o foco desse livro. Se no jornal essas pessoas não passam de nomes, idades e profissões, Evaristo permite que conheçamos intimamente cada uma das protagonistas, suas personalidades e sofrimentos, cada uma dessas vidas perdidas.
6 de abril de 2019
Ouvi falar muito de Conceição Evaristo até comprar esse livro, que acabou sendo o segundo dela que eu leio. Nos 15 contos de Olhos D'água, a autora dá voz às dores e angústias daqueles que normalmente não vemos na literatura. Essa foi minha escolha de março para o #DesafioLeiaRepresentatividade2019, em que deveríamos ler um livro escrito por mulher, que trate de minorias sociais. E eu escolhi muito bem!
Os marginalizados, silenciados, violentados. Empregadas domésticas, crianças assassinadas, homens que vivem no crime, mulheres que nunca experimentaram o amor ou nunca tiveram um tempo para si mesmas. É deles que Conceição fala.
A escrita dela é sobretudo simples, tanto na linguagem utilizada, que as vezes reproduz a fala coloquial, como na estrutura das narrativas. Mas essa simplicidade me encantou, porque Conceição Evaristo tem o dom de unir duas palavras para sintetizar ideias. Quando fala de "meninas-mulheres", "dedos-desejos", "águas-lágrimas", "corpo-coração", une palavras inusitadas para criar ideias únicas. Isso está presente em quase todos os textos.
Os contos de que mais gostei foram "Olhos d'água", "Maria", "Beijo na face" e "Ayoluwa, a alegria de nosso povo". Um deles me deixou uma tristeza profunda. Outro retrata uma relação linda entre duas mulheres que descobrem se amar.
Eu já conhecia a prosa curta da autora, porque meses atrás li "Insubmissas lágrimas de mulheres", e agora tenho vontade de ler os romances e poemas dela. Conceição é uma voz respeitada da nossa literatura, no meio independente, por tratar da subjetividade vivenciada por pessoas negras, especialmente mulheres em suas obras. Isso também acontece nesse livro, e com muita sensibilidade. Recomendo demais a leitura.
Os marginalizados, silenciados, violentados. Empregadas domésticas, crianças assassinadas, homens que vivem no crime, mulheres que nunca experimentaram o amor ou nunca tiveram um tempo para si mesmas. É deles que Conceição fala.
A escrita dela é sobretudo simples, tanto na linguagem utilizada, que as vezes reproduz a fala coloquial, como na estrutura das narrativas. Mas essa simplicidade me encantou, porque Conceição Evaristo tem o dom de unir duas palavras para sintetizar ideias. Quando fala de "meninas-mulheres", "dedos-desejos", "águas-lágrimas", "corpo-coração", une palavras inusitadas para criar ideias únicas. Isso está presente em quase todos os textos.
Os contos de que mais gostei foram "Olhos d'água", "Maria", "Beijo na face" e "Ayoluwa, a alegria de nosso povo". Um deles me deixou uma tristeza profunda. Outro retrata uma relação linda entre duas mulheres que descobrem se amar.
Eu já conhecia a prosa curta da autora, porque meses atrás li "Insubmissas lágrimas de mulheres", e agora tenho vontade de ler os romances e poemas dela. Conceição é uma voz respeitada da nossa literatura, no meio independente, por tratar da subjetividade vivenciada por pessoas negras, especialmente mulheres em suas obras. Isso também acontece nesse livro, e com muita sensibilidade. Recomendo demais a leitura.
27 de outubro de 2018
A autora pretendeu, talvez, mergulhar fundo nas dores indizíveis das pessoas que vivem à margem da sociedade, para trazer a público uma realidade dura, crua e difícil de tragar. Fez bem. Ente balas que se cruzam, fome que retorce, drogas que estupidificam, violência que apavora, constrói contos que merecem atenção, pela sensibilidade e pela maneira como são narrados. Aqui e ali é possível colher jóias como: "A mãe, então, espichava o braço, que ia até o céu, colhia aquela nuvem, repartia em pedacinhos e enfiava rápido na boca de cada um de nós.Tudo tinha de ser muito rápido, antes que a nuvem derretesse e com ela os nossos sonhos se esvaecessem também."
Problema é que não consegue manter o nível, contando suas histórias entre altos e baixos. Algumas vezes com frases desconexas, outras com junções de palavras que acabam tirando a atenção do leitor.
Síntese, recomendo a leitura principalmente porque o livro traz à luz uma realidade pouco conhecida. Nesse aspecto as histórias chegam a ser instigantes. No entanto, para quem procura pureza de estilo, norma culta etc, o caminho certamente não é este livro.
Problema é que não consegue manter o nível, contando suas histórias entre altos e baixos. Algumas vezes com frases desconexas, outras com junções de palavras que acabam tirando a atenção do leitor.
Síntese, recomendo a leitura principalmente porque o livro traz à luz uma realidade pouco conhecida. Nesse aspecto as histórias chegam a ser instigantes. No entanto, para quem procura pureza de estilo, norma culta etc, o caminho certamente não é este livro.
4 de fevereiro de 2019
Escrito por uma mulher negra, nascida na favela, que passou fome e hj é doutora.
Olhos d'água é lindo! É um livro de contos, mas é pura poesia.
São contos sobre aquelas pessoas esquecidas, que vivem à margem da sociedade. A mulher negra, favelada, mulher de bandido. O próprio bandido. A mulher negra objetificada e sensualizada. A criança pobre , vítima de bala perdida nos becos da vida. As mães de muitos filhos que se desdobram para distrair as crianças e fazê-las esquecer da fome. As crianças abortadas de sexo consensual e a criança desejada fruto de um estupro. O pivete que morre sozinho e sabe que vai morrer assim. É sobre as pessoas que sabem que o fim está próximo, mas aceitam por não terem outra escolha. No meio de toda essa violência há também muita beleza nos relacionamentos que são construídos, na sensualidade das descrições, no amor que existe nos locais onde a gente pensa que ele passaria longe. Esperança em meio ao caos.
É um livro curto, mas intenso.
" Eu sei que não morrer , nem sempre é viver. Deve haver outros caminhos, saídas mais amenas. Meu filho dorme. Lá fora a sonata seca continua explodindo balas. Neste momento, corpos caídos no chão, devem estar esvaindo em sangue. Eu aqui escrevo e relembro um verso que li um dia. " Escrever é uma maneira de sangrar." Acrescento: e de muito sangrar, muito e muito..."
Trecho do conto " A gente combinamos de não morrer" porque no fim todos nós morremos, mas muitos morrem em realidades que a gente nem consegue imaginar.....
Olhos d'água é lindo! É um livro de contos, mas é pura poesia.
São contos sobre aquelas pessoas esquecidas, que vivem à margem da sociedade. A mulher negra, favelada, mulher de bandido. O próprio bandido. A mulher negra objetificada e sensualizada. A criança pobre , vítima de bala perdida nos becos da vida. As mães de muitos filhos que se desdobram para distrair as crianças e fazê-las esquecer da fome. As crianças abortadas de sexo consensual e a criança desejada fruto de um estupro. O pivete que morre sozinho e sabe que vai morrer assim. É sobre as pessoas que sabem que o fim está próximo, mas aceitam por não terem outra escolha. No meio de toda essa violência há também muita beleza nos relacionamentos que são construídos, na sensualidade das descrições, no amor que existe nos locais onde a gente pensa que ele passaria longe. Esperança em meio ao caos.
É um livro curto, mas intenso.
" Eu sei que não morrer , nem sempre é viver. Deve haver outros caminhos, saídas mais amenas. Meu filho dorme. Lá fora a sonata seca continua explodindo balas. Neste momento, corpos caídos no chão, devem estar esvaindo em sangue. Eu aqui escrevo e relembro um verso que li um dia. " Escrever é uma maneira de sangrar." Acrescento: e de muito sangrar, muito e muito..."
Trecho do conto " A gente combinamos de não morrer" porque no fim todos nós morremos, mas muitos morrem em realidades que a gente nem consegue imaginar.....
10 de julho de 2019
Primeiro livro que leio da autora. Ela escreve bem, seu estilo é realista. As vezes a prosa é um pouco pesada, mas as histórias prendem muito a atenção.
O cenário dos contos normalmente é favela, vidas sem futuro e sem alegria. A morte violenta acontece sempre e ainda tem contos com suicídio de personagem como fuga da vida sem perspectiva.
O livro pesa demais. Achei uniformemente trágico em excesso, principalmente considerando a vida de sucesso da autora que saiu da favela para a universidade numa notória acensão social. Pelo menos num conto acho que deveria ter tido alguma esperança.
De qualquer forma, LITERATURA QUE ENRIQUECE.
O cenário dos contos normalmente é favela, vidas sem futuro e sem alegria. A morte violenta acontece sempre e ainda tem contos com suicídio de personagem como fuga da vida sem perspectiva.
O livro pesa demais. Achei uniformemente trágico em excesso, principalmente considerando a vida de sucesso da autora que saiu da favela para a universidade numa notória acensão social. Pelo menos num conto acho que deveria ter tido alguma esperança.
De qualquer forma, LITERATURA QUE ENRIQUECE.
6 de dezembro de 2017
Super recomendo, quem ler Evaristo não se arrependerá da compra. Esse livro é forte, emocionante, toca o coração e abre os olhos para ver as mazelas que passam as mulheres negras.
8 de novembro de 2019
Esse foi o primeiro livro que li da autora e me apaixonei! No entanto, não é uma leitura fácil. Os contos colocam diante de nossos olhos questões sérias, que envolvem a sociedade, suas emoções, medos, fobias e principalmente injustiças, mas justamente por isso nos envolvem de tal forma que somos levados a sentir, pensar e — mais importante — a questionar o que vemos ao nosso redor todos os dias. Uma leitura imprescindível, sem dúvida!
1 de novembro de 2019
A escrita de Conceição Evaristo evoca imagens, sentimentos e reflexões múltiplas. Apesar do foco estar nas diversas misérias e infelicidades pelas quais as personagens passam, não deixa de ser um livro bonito e autêntico, talvez justamente por isso seja um livro tão atrativo. O olhar sem julgamentos da autora ao descrever as vidas tem um tempero quase materno na doçura com que mede as palavras para dizer as coisas mais dolorosas. Além disso, ela se utiliza de uma mistura da linguagem formal com a linguagem poética, tornando cada frase um elemento extra a ser apreciado e compreendido.
15 de maio de 2019
Crueza e força marcaram essa leitura. Prefácio e Introdução bem escritos, a edição é simples mas caprichada. Apesar de poucas páginas (114) o livro deve ser degustado dia a dia, permitindo que as histórias se infiltrem totalmente em nossa memória e percepção. Apesar da crueza, a mensagem final é de esperança na luta da vida. É uma leitura refinada sobre um tema difícil. Estou contente.
24 de agosto de 2019
Em "Olhos D'água", Conceição Evaristo traz quinze contos que retratam a vida dessas pessoas normalmente esquecidas, sobretudo a mulher negra e pobre. Através de um linguagem cheia de recursos que beiram o poético, trata de temas profundos como assassinatos, estupro, aborto, intolerância, miséria, suicídio, abandono, entre outros. Uma leitura que causa reflexão e transformação. A edição da Pallas é simples, mas de muito bom gosto, com as letras em azul.
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