Amazon.com.br:Avaliação de clientes: A vida invisível de Eurídice Gusmão
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  • A vida invisível de Eurídice Gusmão
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Avaliação de clientes

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A vida invisível de Eurídice Gusmão

A vida invisível de Eurídice Gusmão

porMartha Batalha
Formato: eBook KindleAlterar
Preço:R$26,82
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Leila de Carvalho e Gonçalves
AVALIADOR Nº 1
5,0 de 5 estrelasA Parte de Eurídice Que Não Queria Que Eurídice Fosse Eurídice
18 de maio de 2016
Formato: Capa comumCompra verificada
No início de 2016, uma noticia sacudiu o mercado de livros. Martha Batalha, uma jornalista recifense radicada nos Estados Unidos, após ter seu romance de estreia recusado pelas principais editoras brasileiras, havia vendido os direitos da obra para o cinema e mais "dez" editoras estrangeiras, dentre elas a badalada Sührkamp, sediada na Alemanha. Tomando à frente das concorrentes, a Companhia das Letras rapidamente chegou a um acordo e em abril, "A Vida Invisível de Eurídice Gusmão" chegou às livrarias para saciar a curiosidade dos leitores.

Esse caso reflete a atual crise econômica brasileira, os grandes conglomerados editoriais não estão dispostos a correr risco e investir num nome desconhecido. O mais seguro e lucrativo são as biografias de celebridades, autores conceituados ou best-sellers importados. Resta para quem não está incluído nessa lista, a autoedição ou tentar a sorte em pequenas editoras, muitas vezes, assumindo o custo e a divulgação do livro. Afinal, se Martha é prova inconteste de que as adversidades podem ser dribladas, sem dúvida, não é nada fácil repetir essa façanha, pois ela está começando por onde a maioria sonha chegar.

Quanto ao romance, tendo como cenário a cidade do Rio de Janeiro entre as décadas de 40 e 70, trata-se de uma irresistível viagem ao passado, aliás, reconstruído com precisão. Através de suas páginas, desfilam desde a tradicional Confeitaria Colombo até lojas praticamente esquecidas, como a Sloper e a Casa José Silva. Sua narrativa começa no tradicional bairro da Tijuca e chega até uma Ipanema com seus velhos sobrados e prédios recém-construídos, reduto dos novos ricos e dos artistas.

Em cento e oitenta páginas, o leitor é apresentado a Eurídice, uma mulher ativa e emponderada, mas que acabou confinada a um casamento insosso, submissa a Antenor, um marido fiel e trabalhador porém preconceituoso, cheio de mimos e manias. Para entender (ou tentar entender) sua atitude, é preciso conhecer mais de perto a rotina da família Gusmão assim como a história de seus pais, Seu Manuel e Dona Ana, além da irmã Guida que reunem uma impagável lista de personagens, como Seu Antonio, o dono da papelaria que é dominado pela mãe, Filomena, a ex-prostituta que amava e era amada pelas crianças, e Zélia, a vizinha fofoqueira que enxergava desgraça até onde não havia.

Usando um narrador onisciente intruso, absolutamente mordaz e bem ao estilo machadiano, Martha revela-se uma arguta observadora e uma impecável contadora de casos. A dicotomia de temperamento e a forte amizade que liga a equilibrada Eurídice e a intempestiva Guida faz recordar Elinor e Marianne Dashwood do livro "Razão e Sensibilidade, de Jane Austen. Também é indiscutível uma certa semelhança com a tetralogia "As Amigas Geniais", de Elena Ferrante, o que surpreendeu Martha que só foi conhecer a obra após concluir seu romance.

De cunho feminista, esse é o livro certo, escrito na hora certa, isto é, no momento em que o mercado está cada vez mais aberto para histórias escritas por mulheres e sobre mulheres. Por sinal, tenho certeza de que você já conheceu alguma Eurídice Gusmão. Ela pode ter sido sua avó, tia, quem sabe amiga da família ou a senhorinha que morava ali na esquina... Caso resolva comprovar, tire umas horas de folga, procure uma boa poltrona e bom entretenimento. ^
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Carolina Vidal
5,0 de 5 estrelasUma história de tantas mulheres
6 de março de 2018
Formato: eBook KindleCompra verificada
É impressionante pensar que esse é o romance de estreia de Martha Batalha, pois ela conseguiu acertar em tudo. A ambientação, o despertar da empatia pela personagem e a capacidade de enxergar ali a história de tantas mulheres: tudo isso estava presente.

Foi muito interessante acompanhar a história de Eurídice em busca de sentido para a sua vida em uma época que a função doméstica era a única expectativa na vida de uma mulher. Vê-la sendo constantemente apagada e silenciada em seus anseios trouxe a sensação de que, se por um lado, avançamos em relação à sociedade em que Eurídice vive, por outro, suas batalhas não são tão diferentes das mulheres de agora. É-nos sempre exigido a capacidade de adaptação às intempéries para que possamos atender ao que se espera de nós, como mulheres.

Leitura recomendadíssima!
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Ernani Maciel
50 PRINCIPAIS AVALIADORES
5,0 de 5 estrelasMuitos talentos foram desperdiçados.
4 de dezembro de 2018
Formato: eBook KindleCompra verificada
Não é de hoje que as mulheres brigam por espaço.

Primeiramente, preciso destacar a linguagem da Martha. É evidente sua preocupação com a escrita, escolhendo sempre as palavras que mais encaixem ao texto. Fluidez e texto bem elaborado andam de mãos dadas nesse livro, o que é raro. Sempre admirarei autores assim, que se preocupam excessivamente com a escrita. Depois de Jorge Amado, Martha é a autora brasileira que mais me encantou.

O livro nos leva a refletir sobre as muitas Eurídices; existiram e ainda existem muitas delas. Quantas mulheres talentosas foram forçadas a enterrar seus sonhos a fim de obedecerem cegamente pais e maridos? Quantas abriram mão dos seus objetivos para atender à demanda de outros? Não sou adepto do feminismo ou quaisquer outros “ismos”, no entanto, sou cada vez mais adepto do ser humano.
O papel da mulher é essencial para a subsistência humana – vai muito além da reprodução e cuidar dos filhos -, no entanto, desde os primórdios foi subjugado. Estamos caminhando, mas ainda distantes de uma sociedade que proporcione igualdade a todos. Quem sabe um dia a viveremos...
Faço minhas as palavras da própria Martha em uma entrevista concedida à revista Azmina sobre o tema igualdade:
“O mundo seria muito melhor, se todos nós pudéssemos desenvolver nosso potencial, independentemente de gênero, cor, religião, país e condição social.”

Uma curiosidade: a autora foi rejeitada por editoras brasileiras, fez o caminho inverso, sendo experimentada primeiramente no exterior.

Nota máxima: 5/5.
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Amauri Solon Ribeiro
5,0 de 5 estrelasUma belíssima estréia
15 de maio de 2016
Formato: eBook KindleCompra verificada
Agora já temos uma Izabel Allende em nossa literatura. Uma belíssima estréia, mas nem tão estréia assim para quem conhece o texto e, principalmente, as crônicas da jornalista Martha Batalha. Construção primorosa, embora com ares despretensiosos, dos personagens. Cada um deles, Antenor, Guida, o português Manuel e sua mulher dona Ana, Marcos, Filomena e todos os outros que têm suas histórias contadas, ora no presente ora em ricos "flashbacks", são embriões de novos romances claramente esboçados. Ambientado no Rio de Janeiro das primeiras décadas do século XX, nos bairros da Tijuca, Santa Teresa, Rio Comprido, o romance contém, não obstante, todas as características de universalidade que o tornam absorvente, ao mesmo tempo lírico, trivial e dramático. "A Vida Invisível de Eurídice Gusmão" será igualmente interessante e verdadeira em uma pequena cidade do oeste americano, em uma vila européia ou em um vilarejo da China. Não é surpreendente, portanto, que seus direitos já tenham sido vendidos para, ao que sei, mais de dez países e para o cinema. Parabéns, Martha, pela belíssima estréia.
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Denise Joao
500 PRINCIPAIS AVALIADORES
5,0 de 5 estrelasA Eurídice que ninguém vê
11 de agosto de 2019
Formato: Capa comumCompra verificada
Ela era muito inteligente, excelente em cálculos, preparava pratos dos mais simples aos sofisticados, sabia costurar, tinha vários talentos, amava ser mãe, teve dois filhos. E um bom marido que não deixava faltar nada em casa. Eu poderia estar descrevendo Eurídice Gusmão. Mas esta era minha mãe.

Minha mãe que mantinha a casa em ordem e funcionando, que deixava os ternos do meu pai engomados e nossos uniformes impecáveis, que varria o carpete todos os dias e sabia cozinhar de tudo, mas a gente só queria bife e batata frita. Que lia os jornais dia sim e outro também religiosamente, adorava esportes e estava por dentro de tudo o que acontecia no mundo. Que fazia os melhores doces de festa e flores de tecido que viravam broches e enfeites de cabelos, mas que naturalmente ela não vendia... afinal, não estávamos passando necessidade para que a rainha do lar tivesse que trabalhar. Eu adorava que aquela mulher estivesse ali pra mim e nunca me perguntei se ela gostaria de estar em outro lugar.

A história de Eurídice Gusmão é a história de todas as mulheres invisíveis cheias de vida que não vivem; de talentos que são sufocados; de sonhos não revelados. Ainda há muitas Eurídices por aí, não se enganem. O bom é que como Eurídice, elas sabem se reinventar.

Martha Batalha acertou em cheio com este livro bem escrito, que trata com humor e leveza o vida de uma senhora “do lar” e de outros personagens não menos interessantes e muito bem construídos no Rio de Janeiro dos anos 40. Devo dizer que ela acertou em cheio minhas lembranças e meu coração também.

Nota: O filme “A vida invisível de Eurídice Gusmão”, dirigido por Karim Aïnouz, venceu a mostra Un Certain Regard (Um Certo Olhar), parte da competição paralela do Festival de Cannes. O filme estreia em 31/out/19.

O livro foi publicado no Reino Unido pela Oneworld Publications com o título de “The Invisible Life of Euridice Gusmao” e teve os direitos vendidos para várias outras editoras estrangeiras.
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Alysson Oliveira
100 PRINCIPAIS AVALIADORES
5,0 de 5 estrelasO discreto charme de “Eurídice Gusmão”
20 de fevereiro de 2019
Formato: Capa comumCompra verificada
Na apresentação de seu romance “A vida invisível de Eurídice Gusmão”, a escritora Martha Batalha alerta: “Eurídice e Guida [as protagonistas] foram baseadas na vida das minhas, e das suas avós”. Ué, ela nos conhece para saber isso? Pois é, não nos conhece, mas conhece muito bem o que é ser mulher no Brasil, e por isso pode fazer tal afirmação com tanta propriedade – certas coisas não mudam, ou mudam pouco, ou mudam pouco e lentamente. O livro, publicado em 2016, é exatamente sobre isso: as permanências do que é ser mulher no Brasil.

Há um recorte claro de classe: média carioca, mas que, de certa forma, certos pontos, independem da classe (os comentários sobre a empregada Das Dores são pontuais, mas reveladores) ou da raça – talvez nem da nacionalidade. Por isso “Eurídice Gusmão” é um livro que encontrou certo sucesso também fora do Brasil. Aqui, além de tudo, Karim Aïnouz prepara um longa inspirado no romance.

Batalha escreve com leveza sobre um assunto espinhoso, o que não quer dizer que seu livro seja superficial. É um humor muito peculiar, e altamente irônico e não destituído de certo cinismo. Como bem se sabe: Rindo castigamos os costumes. Eurídice nos é apresentada como uma mulher brilhante. “Se lhe dessem cálculos elaborados ela projetaria pontes”, comenta o (ou a) narrador(a), cujos comentários tem um quê de Machado de Assis. Mas a personagem vive no Rio de Janeiro dos anos de 1950, e “o que lhe deram foram cuecas sujas, que Eurídice lavou muito rápido e muito bem.” Depois disso se senta no sofá, e olha as unhas “pensando no que deveria pensar”. De certa forma, esse não deixa de ser um romance de formação, do despertar de uma jovem mulher sobre sua condição, e a tentativa de fugir dela – sempre silenciada, ou para combinar com o título, invisibilizada.

Eurídice tem um marido com quem se dá relativamente bem. Ele, como ela, não deixa estar ligado a um papel social, um momento histórico – não lhe resta muito a fazer. E o romance tem plena noção disso. Ele faz coisas horríveis – especialmente quando sua mulher está se encontrando na vida – mas não é um vilão: é um sujeito infeliz incapaz de perceber as engrenagens do mundo. Quem tenta fugir disso é Guida irmã mais velha de Eurídice, mas ela vive num lugar e num momento histórico que não lhe são generosos.

Há quem encontre em “A vida invisível de Eurídice Gusmão” algo de telenovela, e sua estrutura parece semelhante, com sua profusão de personagens e tramas paralelas, mas Batalha organiza isso tudo com tanta elegância e maestria, que o resultado está longe dos clichês surrados da televisão. A reconstituição histórica é complexa a ponto de tacitamente criar um paralelo entre o passado e o presente. O romance não precisa gritar “olha como certas coisas não mudam”, só nos mostra de maneira sagaz como os problemas persistem.
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Tamires de Carvalho
500 PRINCIPAIS AVALIADORES
5,0 de 5 estrelasA vida invisível de Eurídice Gusmão, de Martha Batalha
3 de dezembro de 2019
Formato: eBook KindleCompra verificada
A vida invisível de Eurídice Gusmão, de Martha Batalha (Companhia das Letras, 2016), é um romance sobre a invisibilidade feminina, especialmente a das mulheres brancas de classe média do Rio de Janeiro dos anos 1940. É daqueles livros que, tendo oportunidade, lemos em uma única sentada, de tão gostosa - e dinâmica -, é a sua prosa.

O livro fala muito de Eurídice, - uma mulher extremamente talentosa em tudo o que se propõe a fazer, no entanto têm sem seus talentos sufocados ou postos em segundo plano em detrimento da paz conjugal e doméstica -, mas não é apenas a vida desta personagem que é invisível. Muitas outras mulheres (e especialmente elas) têm vidas invisíveis neste romance. A genialidade da escrita de Martha Batalha está em mostrar a história com os porquês de várias pessoas, como se o livro fosse um gostoso bate papo sobre o passado dos nossos vizinhos e conhecidos (incluindo a fofoqueira da rua!). Tudo isso com um narrador onisciente e "abelhudo", bem no estilo Machado de Assis.

O outro extremo de Eurídice, sua irmã Guida, também tem sua parcela de invisibilidade na vida. Não seríamos nós, mulheres, todas, em algum momento e de certa forma invisíveis? Muitas reconhecerão a si mesmas nas páginas deste romance, ou verão suas mães, avós, tias... a própria autora diz, na introdução, que A vida invisível de Eurídice Gusmão, a história de Eurídice e de sua irmã, Guida, é a história das avós dela, das nossas avós. É um pouco verdade, mesmo para quem não vem de família de classe média, mas teve gerações de mulheres que só puderam levar adiante o "sonho" de serem "donas" dos próprios lares.

"Ela sempre achou que não valia muito. Ninguém vale muito quando diz ao moço do censo que no campo profissão ele deve escrever as palavras "Do Lar"."

"Porque Eurídice, vejam vocês, era uma mulher brilhante. Se lhe dessem cálculos elaborados ela projetaria pontes. Se lhe dessem um laboratório ela inventaria vacinas. Se lhe dessem páginas brancas ela escreveria clássicos. Mas o que lhe deram foram cuecas sujas, que Eurídice lavou muito rápido e muito bem, sentando-se em seguida no sofá, olhando as unhas e pensando no que deveria pensar."

O que eu mais gostei no livro foi o que a narrativa chama de "a parte de Eurídice que não queria que Eurídice fosse Eurídice", que me lembrou muito o "Anjo do Lar", do ensaio Profissões para mulheres (1931), de Virgínia Woolf. É aquela vozinha, uma sombra que fica nos puxando para baixo, a nós mulheres principalmente, para que não sejamos nada além de belas, recatadas (mudas, na verdade) e do lar. É algo que vem da nossa sociedade, mas também de dentro de nós mesmas, com o qual temos de lutar constantemente. A parte de nós que não quer nós sejamos aquilo que somos, seja por comodismo, medo ou qualquer outra coisa.

Acho importante ressaltar que esse livro talvez não reflita a realidade das mulheres negras. Além disso, há passagens extremamente racistas no livro, mas totalmente condizentes com a sociedade brasileira da época. Os personagens negros são estereotipados não pela autora, a meu ver, e sim pelos próprios personagens ou pela trama. Quando a gente lê sobre o feminismo negro (obrigada, Djamila Ribeiro), passamos a observar a qual público determinada pauta feminista atende, pois percebemos que as lutas feministas não são as mesmas para mulheres brancas e negras. O direito de trabalhar mesmo, você acha que algum dia foi negado às mulheres negras? Isso não quer dizer, claro, que A vida invisível de Eurídice Gusmão seja um livro panfletário, mas sendo um livro basicamente sobre mulheres é inevitável que caia sobre ele a classificação de conteúdo feminista.

Eu recomendo muito, para todos os públicos, que esse livro seja lido e que a sua adaptação cinematográfica, bastante premiada e que talvez represente o Brasil no Oscar, seja capaz de fazer com que cada vez mais pessoas leiam o livro de Martha Batalha. É uma ótima leitura, em que o drama e a ironia caminham de mãos dadas e na medida certa de um ótimo livro.
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Mau
1000 PRINCIPAIS AVALIADORES
5,0 de 5 estrelasA Invisibilidade
17 de junho de 2019
Formato: Capa comumCompra verificada
.
A Vida Invisível de Eurídice Gusmão
Martha Batalha
Companhia Das Letras
.
Eurídice Gusmão, filha de Dona Ana e Seu Manoel, irmã de Guida, esposa de Antenor, mãe de Afonso e Cecília, tia de Chico, vizinha de Zélia, tocou flauta, reinventou receitas culinárias, costurou vestidos para um bairro inteiro, olhou para uma estante de livros durante anos e escreveu A História da Invisibilidade.
.
Martha Batalha estudou jornalismo com mestrado em literatura, trabalhou em jornais, criou uma editora, foi para New York, se tornou escritora e escreveu A Vida Invisível de Eurídice Gusmão.
.
Você, leitor, que gosta de uma história bem contada em um livro bem escrito com personagens bem interessantes, por favor, escreva em letras bem grandes "A VIDA INVISÍVEL DE EURÍDICE GUSMÃO " em sua lista de desejos.
.
É muito, mas muito, bom.
.
⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
.
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TEREZINHA MIRANDA
5,0 de 5 estrelasA Todas as Eurídices
24 de janeiro de 2017
Formato: eBook KindleCompra verificada
Este é um livro que retrata uma época em que as mulheres eram educadas para serem as rainhas (ou melhor dizendo, escravas) do lar. Seus desejos, aspirações e talentos não eram relevantes. A história se passa no Rio de Janeiro nos anos 1930-1940 e retrata a vida de figuras que circundam Eurídice, a personagem principal. Acredito que todas nós conhecemos, mesmo em pleno século XXI, algumas Eurídices presas na armadilha de um casamento insosso e de uma vidinha segura porém medíocre. Excelente leitura!
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Lucas L.
500 PRINCIPAIS AVALIADORES
5,0 de 5 estrelasUm livro fascinante!
30 de março de 2018
Formato: eBook KindleCompra verificada
Ao mesmo tempo uma leitura leve e fantástica. A narrativa é bem diferente e segue por direções inesperadas sempre que uma determinada personagem toma a frente da história. A construção de tais personagens (até mesmo aquelas que deviam nos causar repulsa) é feita com tanto cuidado que acabamos simpatizando até mesmo com os "vilões". Como a autora diz nas primeiras páginas - são personagens inspirados em nossos avós e bisavós, construídos em meio ao tradicionalismo de época e a antigos valores familiares. Eu vi muito da minha família ali. Recomendo!
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